
O juiz da 13ª Vara da Justiça Federal, Carlos D’ávila determinou que todas as barracas de praia da Orla de Salvador fossem demolidas. As famosas barracas vips, como a do Lôro, também irão acabar.
Localizadas em sua maioria na Praia do Flamengo, as barracas de luxo que oferecem massagem e DJ aos visitantes foram notificadas e seus proprietários devem deixar os locais em dez dias.
Essas barracas de luxo tiveram milhões de reais investidos e lucravam cerca de R4 12 mil em um domingo de Verão. Há dois anos, o proprietário da barraca Cancún Beach, Silvio Ferreira, gastou R$ 600 mil em melhorias para o estabelecimento.
O proprietário da Barraca do Lôro, Aloísio Melo Filho, não consegue conceber a ideia de um trator derrubando todo seu investimento. Valores que prefere não revelar. Com cerca de 800 m² de área, a barraca Marguerita, um das mais frequentadas, também terá que sair da Praia do Flamengo. “Fiquei de cama, com febre. Não dormi a noite toda. Que situação, rapaz”, disse o gerente, José Raimundo de Araújo. Segundo ele, foi investido mais de R$ 1milhão no estabelecimento.
O vice-prefeito de Salvador, Edvaldo Britto, pediu aos barraqueiros da orla que sejam razoáveis e retirem da Justiça a ação que pede o afastamento do juiz federal Carlos D’Ávila do processo das barracas de praia de Salvador. Considerado suspeito pela Associação dos Barraqueiros da Orla, o juiz foi julgado em agosto de 2008 célere para conduzir o caso, mas a decisão não convenceu a categoria, que tornou a pedir o afastamento de D’Ávila. O vice-prefeito apelou para o “bom senso” dos comerciantes e afirmou que a Justiça considerará D’Ávila novamente capaz de seguir no caso, mas que a demora para um novo julgamento não beneficia ninguém. Os barraqueiros, por sua vez, reclamam que desde o início do processo foram excluídos das discussões e decisões, sabendo por último do que aconteceria ao seu ambiente de trabalho.